sexta-feira, julho 29, 2011

Frase do Dia ....

Nunca ofusques a estupidez dos outros com tua inteligência !!!

quinta-feira, novembro 04, 2010

Cérebro do século XXI ....




As páginas amarelas do nosso cérebro ......


Sy - 04.11.2010





quinta-feira, agosto 07, 2008

Tem de ser hoje .....

Hoje deves para.
Talvez o Mundo já corra demais.

Hoje deves ouvir.
Talvez interesse a opinião dos outros.

Hoje deves olhar.
Talvez haja alguma novidade fora de ti.

Hoje deves dar.
Talvez o que te sobra falte a alguém.

Hoje deves falar.
Talvez tenhas alguma boa nova a dar.

Hoje deves rezar.
Talvez tenhas necessidade de um Pai.

Hoje deves pensar.
Talvez te seja útil um auto-retrato.

Manuel Rito Dias - "Deserto Sul" - 07.08.08

segunda-feira, julho 14, 2008

Sense and sensivity




Cheiros, aromas, sensações … envolventes e quentes
Que nos cobrem como véus … e nos segredam ilusões
Cores inebriantes, mas muitas delas suaves como a terracota
Suaves e ternas como uma brisa de verão
Chamamentos das mesquitas para as orações
Que mexem com qualquer alma, por mais agnóstica que seja
Encantamentos soltos pelos labirintos …
Danças do ventre que se adivinham em cada recanto
Sensualidade constante, pairando solta
Mas cativando e entorpecendo, mesmo que não se queira ….

É África …
É outro Continente !
Não é um “desterrar”
É só um “atravessar” de um estreito, de uma civilização
É ….. Marrocos !
Sy - 14.07.08 - n.e.

Tudo é relativo !

Aos 20 anos quer-se o Mundo !
Aos 25 quer-se viajar pelo Mundo
Aos 30 quer-se uma boa casa, uma boa Mulher, um bom ordenado, um bom carro e o bairro onde está a casa !
Aos 35 quer-se, além do anterior, quer-se um filho e sonha-se com a Mulher do vizinho ….
Aos 40 já só desejamos estabilidade e a saúde da família
Aos 45, pedimos que o emprego se mantenha, que a Mulher aguente as rabugices, e o filho cresça !
Aos 50 só pedimos e desejamos ter uma bóia sólida que nos mantenha é tona !
Aos 55 rezamos todos os dias para que a bóia não fure !
Dos 60 em diante, e do cimo da nossa bóia, pensamos que afinal não tivemos tempo para nada …..

Sy – 14.07.08 – n.e.

quarta-feira, março 21, 2007

Vem a mim ....


Fala-se e apregoa-se a ajuda social
Mas despreza-se o mendigo
Vira-se a cara á mão estendida pela fome
Esquecem-se as palavras : Comunidade, Ajuda

Hoje é o dia da Primavera, da Árvore e da Poesia …
Mas os corações continuam empedernidos e frios
As árvores são dilaceradas por máquinas
Queimadas vivas num choro que ninguém ouve
A Poesia virou romance de cordel
Está oca de palavras sentidas

Mas a Natureza é realmente Única !
E as árvores vestiram-se de novo
Com os seus véus de um verde diáfano
Mostrando-nos que os seus ramos, aparentemente mortos,
Eram simplesmente o refúgio da vida, perante as intempéries
As flores continuam a brindar-nos com as suas cores e aromas
A fazer-nos sorrir quando encontramos tempo para isso
Os pássaros não se cansam de cantar logo pela alvorada
Ensinam-nos sons de encantar, apesar de lhe apontarmos espingardas …

Faça-mos como aquela borboleta esvoaçante e linda
Vamos sair do casulo e dizer :
Sejas bem-vinda Primavera !
Adeus tristeza !
Vem a mim – Oh vida !


21.03.07 - n.e.

segunda-feira, novembro 06, 2006

Entardecer ....

Entardecer …

Mística hora do entardecer
límpida luz a ocidente
berço onde estrelas
nascem a rir
subitamente.
E as almas. Harpas que Deus dedilha,
vibram tocadas pela maravilha
desta leveza que a tarde tem
desta beleza que em si contém
toda a promessa de eternidade
que nos seduz.

Mística hora do entardecer
taça entornada de etérea luz

Fernanda Seno – Livro “Cântico Vertical”
In “Fátima Missionária”

terça-feira, outubro 10, 2006

Lux ....

Nesta manhã escura de nevoeiro
De Outono
Acende a luz que há em ti !

Esquece o mundo pardo
Pega nos teus pincéis
Dá novas cores ás pálidas flores
Põe cortinas de dia nas janelas da noite

Fecha a sete chaves os pensamentos negativos
Deixa voltar as boas recordações
Dança com elas
Faz da chuva a tua orquestra

Enfeita a tua alma
De laços de ternura
Enche o teu peito
De gargalhadas de Sol

Alumia os teus dias
Com velas de esperança
Perfuma a tua alma
Com cheiros de infância

Abana a letargia
Acorda o sono
Despeja a maré prenha de algas
E recorda o caminho da felicidade !
Sy - 10.10.06 - n.e

sexta-feira, setembro 22, 2006

....... e baldrocas !!!

Durante uma semaninha
Vou trocar as hierarquias ....
See you later aligators ....

Em Branco ...


Quantas vezes a nossa vida não nos parece ser como esta placa ?
E achamos que é desespero ??

Estamos sempre em busca de alguma coisa
Alguma estrada
Algum sentido
Algum projecto

Ficamos atarantados quando não encontramos
A direcção certa
O caminho certo
O nome certo da Rua

Porque não tentar simplesmente
Deixar assim …..

A Vida
O acaso
Os trambolhões
As desilusões

E sobretudo

A esperança
As ilusões
A sabedoria
A sensatez
A experiência

Encarregar-se-ão de por um nome ….

Se tentássemos todos ter uma placa, uma direcção, em branco
A aventura da vida seria bem mais apetitosa !
Sy - n.e. - 22.09.06

quinta-feira, setembro 14, 2006

Revesitando .....



Deixa-me visitar a tua alma
Oferecer-lhe um chá com mel
E uns biscoitos de nostalgia
Deixa-me abrir os baús esquecidos
Cheios de sentimentos disfarçados
De roupas carnavalescas e poeirentas

Deixa-me ver o que os teus olhos esqueceram
Deixa-me acordar os sonhos há tanto adormecidos
Deixa-me pôr a tocar aquela música
Que embalou as tuas noites de criança
Deixa-me repor um sorriso no ursinho
Que abraçavas antes de dormir
Deixa-me dar brilho àquela medalha que ganhaste
Numa tarde molhada, de Outono
Deixa-me tirar os vincos dos sonhos de aventura
Que guardaste à pressa, como se tivesses vergonha
Deixa-me redesenhar o teu primeiro beijo
Deixa-me ……

Deixa-me revisitar o teu passado
Para melhor construir o futuro

Sy 14.09.06 - n.e.

terça-feira, setembro 05, 2006

Sonhos ....


Sonhos do sempre
Sonhos do nunca
Sonhos acordados
Sonhos dormidos
Sonhos sonhados
Sonhos vividos
Sonhos despertados
Sonhos molhados de choro
Sonhos de gargalhadas
Sonhos de sonhos de outrora
Simples, calmos, apaziguadores ….

Será que tudo é sonho ?
O melhor é acordar para ver ….

Sy n.e. 05-09-06

sexta-feira, agosto 18, 2006

Breves momentos .....


Hoje o Verão vestiu-se
De fato de Outono
E gravata pintalgada de Inverno
Perfumou-se de terra molhada

Deve ter sido convidado
Para um baile no orvalho da noite
Com duendes e fadas
Ao som da chuva fresca
Caindo suavementeSaciando o desejo da terra …

18.08.06 - Sy - n.e.

sexta-feira, julho 28, 2006

Doçura ....

Tinha o frasco da doçura guardado
Há tanto tempo que me tinha esquecido dele
Tem um bocadinho de bolor
Um bocadinho de desilusão
Um bocadinho de solidão
Um bocadinho de dor
Um bocadinho de nada
Um bocadinho de amargura
Ficou quase sem cor na escuridão

Veio uma brisa, abriu o armário, viu o frasco
Colou os pedaços da sua alma
Aqueceu o seu coração com o fogo da esperança
Sacudiu-lhe o pó da espera
E posou-o na janela do seu coração

E a doçura desenrugou o seu sorriso
Espreguiçou a sua alegria
Engasgou-se no seu riso
Gatinhou, andou, correu e voou
Pra junto da meiguice !

Sy - 28.07.06 - n.e.

quarta-feira, julho 26, 2006

Que tal ?

sexta-feira, julho 14, 2006

Água pela vossa saúde ......

quarta-feira, julho 05, 2006

domingo, julho 02, 2006

Portugal - Inglaterra

Foi mesmo bife à Portuguesa com muito alho, mostarda, piri-piri ... muito muito picante !!! (Without molho inglês, of course !) !!!

sexta-feira, junho 30, 2006

Portugal - Inglaterra : Tenhamos esperança !

sexta-feira, maio 19, 2006

Deixei de sobreviver, estou a viver !

Abri a janela da Vida
Tirei a venda dos olhos
Desfiz os novelos das dúvidas
Arrumei a palavra Medo
Engomei muito bem a Confiança
Abri as gavetas da Esperança
E afoguei o Desespero

Arrumei as peças do passado
Tratei das mais magoadas
Deitei fora as que não tinham sentido
Reavivei as cores das mais esquecidas
Encarei as do presente
Reinventei as do futuro

Aceitei a provocação dos desafios
Acarinhei os esboços dos sonhos
Atrevi-me a pegar no tinteiro
E a desenhar traços firmes no futuro

Ouvi murmúrios doces,
Deixei-me seduzir pela Liberdade
Apanhei a carruagem da frente
E deixei a brisa da Vida varrer a comodidade

O verbo “sobreviver” ?
Larguei-o no vazio do Adeus !

Sy - 19.05.06 - n.e.

quinta-feira, maio 18, 2006

Será que é preciso ter vontade para apetecer ?

Apetece levantar de noite e cheirar a Lua
Apetece deixar o sono continuar apesar do Sol
Apetece sentir o sal das ondas do mar
Apetece apanhar com toda a força a brisa da manhã
Apetece sossegar naquela nuvem branca
Apetece mergulhar no limbo
Apetece …..

Apetece ter vontade de continuar a viagem da Vida
Apetece tentar colar os rasgões da fotografia da nossa existência
Apetece ter vontade de apetecer não fazer nada
Apetece ter vontade de aguçar o apetite da vontade
Apetece ter vontade de nada apetecer e deixar tudo como está
Mas a isso, ensinaram-nos que se chama, cobardia. E essa palavra feia dá-nos vontade de, sobretudo, continuar a apetecer seja o que for

Sy - 18.05.06 - n.e.

sexta-feira, abril 28, 2006

Dor ...

A dor até pode ser uma coisa indefinida …..ou não.

Muitas vezes ela é bem necessária, apetece-nos enrolar-nos nela, deixá-la cobrir-nos com o seu manto tecido de dúvidas, embrulharmo-nos nas suas brumas viscosas, bebermos o seu trago de fel que nos faz adormecer ao som da incerteza …

Depois, ás vezes, vem um cheiro conhecido trazido pela brisa que nos faz lembrar sonhos distantes, toca uma música no rádio que nos transporta para os braços de quem amamos e tudo se torna mais fácil, mais claro, como o romper da madrugada iluminada pelo nascer de um Sol desavergonhado, que nos chama, quase nos grita !

E como que um clarão, tudo nos passa pela memória, e a dor que nos acordou vezes sem fim durante o breu da noite, torna-se menos pesada, os ombros ficam mais descontraídos, o grito que estava para sair em torrente desgovernada torna-se num murmúrio tímido.

O riso dos pássaros que cantam a alvorada, o aroma ainda tímido das flores amarrotadas pela noite, o dançar da cortina na brisa fresca da manhã ajudam a voar das garras da dúvida.

Apetece rasgar o pensamento, esgueirar-nos, nem que por um ápice, para um abraço, um colo, um choro de alegria mesmo que com dor à mistura ….

E é nessa mesma dor, que á força de ser tão vivida, partilhada e chorada, encontramos o Amor, e nessa altura a dor quase se transforma em bálsamo !

Sy - 18.08.05 - n.e.

quinta-feira, abril 27, 2006

Solidão ...

Tinham ido passar uns dias ao Norte de Moçambique.

Naquele tempo era uma cidade fantasma. Chuvosa, barrenta, suja do pó do desalento.
O barracão fora uma igreja em tempos de fé, onde agora e de quando em vez ecoavam maravilhosos cantos clamando por uma vida melhor.

Nas frinchas das casas que outrora tinham abrigado risos de alegria, passava um vento seco escaldante que calava qualquer grito de clemência.

As prateleiras das lojas que antes ofereciam frutas suculentas e víveres em abundância colorida, estavam agora cheias de nada, cobertas por teias de incertezas e pó de abandono..

Nas ruas passeavam sombras de um passado bem próximo, antes carregadas de sonhos, agora de G3 penduradas em fardas esfarrapadas.

Um dos raros telefones ainda existentes tocou. E ele teve que partir para a Capital. Voltaria 24 horas depois. Ela decidiu ficar.

Quando voltou para casa estava só. Eram 17h00 mas o Sol ainda ia alto. Comeu, não tanto por fome mas mais para ocupar o tempo. E depois de tudo no sitio não havia mais nada para fazer. E o sol ainda estava alto. Então percebeu o significado de outra palavra . a Solidão.

Era uma coisa enorme. Era um manto tecido de amargura, de tristeza, de escuro. Sufocante, pegajoso, doentio. Tentou despi-lo mas ele teimou em agarra-se como uma lapa.

Chorou. Chorou lágrimas salgadas como ondas raivosas que tentam destruir falésias. Começou a desmoronar-se, a perceber o tamanho imensurável do silêncio. O eco da angustia era aterrador.

Apercebeu-se que os seus gritos ficavam calados, não atravessavam as grades feitas de redes de incertezas apesar de saírem do seu peito ferido com a força como de um parto. Pois era disso que se tratava. De um parto para uma nova vida, totalmente bravia, virgem de qualquer conhecimento, imaculada de qualquer sentimento.

Finalmente adormeceu em lençóis de lágrimas, fronhas de desgosto e manto de saudade velada pela Lua fria e descolorida.

Sy - 1989 - n.e.

segunda-feira, abril 24, 2006

Um belo dia ....

Um belo dia alguém se lembrou de me semear. Num jardim nas Amoreiras. Num pedaço de terra tranquilo junto a uma muito movimentada estrada, cheia de carros com gente a correr para lado nenhum.

À medida que as minhas folhas iam emergindo, dei-me conta que fazia parte de um grande jardim, com muitas flores e plantas e relva. Sonhava que depois de crescida iria ser bonito olharem para nós, tranquilizante a nossa presença, cheiroso o nosso perfume para as pessoas dentro dos carros apressados e para as pessoas que ainda andavam a pé.

Lá formámos o nosso jardim. Bem bonito. Demos abrigo a insectos que ajudavam à nossa reprodução. Demos origem a um lugar lindo à beira do inóspito asfalto, sujo, barulhento, tanto gélido como infernalmente quente.

Demos lugar a momentos breves de descanso para os olhos daquela gente atarantada de tanta confusão. Demos alguns momentos de tranquilidade àqueles emaranhados confusos de mentes sem tempo para viver na correria para a sobrevivência.

Dei alguma esperança às pessoas que passavam nas manhãs frias em que eu lhes acenava com as cores das minhas flores. Alguma coisa iluminava-lhes o olhar. Havia o esboço de um sorriso, havia o diálogo com os mais “loucos”.

Diálogo breve, mas diário :

- Está frio hoje não achas ?
- Olha, tens mais uma folha !
- Hoje, estava mesmo a precisar de te ver, estou tão triste ....

Enfim, coisas que só nós plantas e flores conseguimos ouvir destas pessoas que a vida teima em vão, em desumanizar.


Quando tudo parecia em perfeita harmonia, eis senão quando surgem umas enormes máquinas, que fizerem uns buracos do tamanho do mundo, Faziam estremecer as nossas entranhas, Fechei os olhos de tanto medo. As minhas folhas perderem o brilho, conspurcaram-se de pó, de frio, de lama. A minha flor caiu de vergonha de ver as nossas companheiras tombadas, espezinhadas, enxovalhadas naquela maré de destruição. Encolhi-me o mais que pude, o suficiente para eles acharem que tinham acabado comigo. Ali fiquei agachada, enfiada dentro de mim própria sem saber o que fazer. Ainda conseguia ouvir as tais vozes, tristes comigo por tal selva

terça-feira, março 21, 2006

Primavera !

Vem Primavera !
Acorda-nos da letargia do Inverno
Faz-nos sair dos casulos
E torna-nos borboletas !

Seca as nossas lágrimas do Inverno
Limpa o bolor das nossas almas
Estonteia-nos com os teus aromas
Torna o nosso coração mais leve

Salpica-nos com as tuas cores
Areja as nossas ideias
Enterra as chaves da escuridão
Ilumina os nossos sentimentos

Chegou a tua hora !
Sê bem-vinda !

21.03.06 - Sy - n.e.



Voos ....

O espírito ainda estava a dormir
Mas a alma, essa já tinha acordado
Acordado bem cedo e para ela
A alvorada tinha uma luz especial
Um cheiro suave de murta fresca
Um burburinho de água pura

Deixou-se levar pela brisa
Brincou de maestro com os pássaros mais madrugadores
Tocou levemente as flores para as acordar
Cantou baladas para adormecer as corujas
Embrulhou em tecidos de lã o brilho das estrelas
Cobriu a Lua com véus etéreos

E

Dançou com as nuvens para abrir as cortinas do Céu
Com a ajuda dos anjos levantou os véus da cama do Sol
A alvorada passou a dia, as trevas fizeram uma trégua
E a alma, essa fez uma vénia de agradecimento
E chamou o espírito para a Vida.

21.03.06 - Sy - n.e.

segunda-feira, março 20, 2006

Ampulheta da nossa vida

Tempo : Ampulheta da nossa vida

É aquele que não pára quando queremos
Que corre quando não temos tempo
Que leva uma palavra na asa
Um sentimento no corpo
Que parece parar quando uma criança nasce
Que anda mais depressa quando a infância voou

É também o tempo atmosférico
Que faz vergar ar árvores sob o vento
Que lhes arranca as folhas, as desnuda
Que tinge as nuvens de raios, de cor ou negras de medo

Mas também que inunda a terra e a torna fecunda
Que cobre os campos com as cores do arco-íris
Que pincela de verde manso os bosques
Que dá vida aos ramos adormecidos das árvores
Que acorda as flores, as penteia, e as veste

E é o tempo físico que, ainda, não aprendemos a controlar
Que teima em nos modificar as feições
Em nos fazer andar mais devagar, quando o tempo escasseia
Que nos faz curvar perante ele, quase fazendo vénia ao passado
Vénia que deveríamos ter feito enquanto havia tempo
Porque, um dia, já não há tempo para ter tempo
Ele engoliu-nos.

E, nesse curto espaço de tempo, damo-nos conta
Que não tivemos tempo para tanta coisa, que afinal não precisava assim de tanto tempo :
Aquela palavra que tanto tínhamos querido dizer
Aquela confissão tanto tempo calada
Aquele beijo de bom dia que só leva um segundo
Aquela palavra meiga e de ânimo que pode devolver o tempo
Aquele abraço que faz reter o tempo
Aquele sorriso que apaga o tempo da dor

Tempo : nuvem intemporal da nossa vida
Mais veloz que a nossa ânsia de a agarrar

20.03.06 - Sy. - n.e.

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Cócegas !

Era um fim, mas talvez o principio de mim naquela manhã de primavera.
Deixei-me acordar pela caricia de um tímido Sol há pouco tempo acordado e com os seus raios ainda amarrotados.

Deixei os meus pensamentos voar livremente ao sabor do chilrear dos primeiros passarinhos. Deixei a minha alma, vinda de um destino sombrio e gélido humanizar-se com tanta doçura.

Reencontrei o sabor do toque da relva ainda menina de tão fresca, da gota de orvalho nas folhas das mimosas rebentando de seu cheiro inebriante.

Enterneceram-me os galhos despidos á procura do Céu e da sua dádiva de novos frutos, cujos primeiros tímidos rebentos lhes começavam a cobrir a nudez.

Durante tanto tempo não tinha escutado as palpitações da Vida. Nem as minhas aliás !.

Palpitações que agora ecoavam fortes neste novo coração cheio de sentimentos galopantes, misteriosos e desarrumados.

Deixei meus passos seguirem seu rumo, há tanto tempo traçado, e durante tanto tempo refreado e humilhado.

E esse rumo levou-me por entre bosques de árvores cujos leves troncos me acariciavam e encorajavam nesta longa e penosa caminhada de reencontro. Algumas borboletas de cores salpicadas de alegria, saudavam-me e davam-me as boas vindas.

Todos os seres estavam a despertar para a Vida e o convite era irresistivelmente acolhedor.
Deixei-me rir de felicidade com as cócegas que Ela me estava a fazer !

Sy - 24.02.06 - n.e.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Varridelas ....

Limpa-se a alma
Varre-se o espírito
Ordenam-se ideias

Guardando maus pensamentos
Em gavetas cuja chave se perde

Desempoeirando o armário da bondade
Com panos de carinho

Tirando as teias de aranha da confiança
Com pinceladas de atrevimento

Arejando as caves das mágoas
Com brisas de perdão

Tirando a névoa do olhar
Com lágrimas de felicidade

Limpando o bolor do sorriso
Dando gargalhadas de boa disposição

Sy - n.e. - 08.02.06

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Espera ...

Espera-se a alegria
Desespera-se com a tristeza
Espera-se a confiança
Chora-se com a traição
Espera-se um sorriso
Entristece-nos a lágrima

Vai-se esperando ….

Um dia …..
Espera-se um Amor
Que se demore sem limites
Que faça do verbo esperar
Una palavra de esperança, sem delongas

n.e. Sy - 26-01-06

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Nevoeiro ...

O nevoeiro é apaziguador de várias formas, o seu manto é silencioso, ofusca as vergonhas da humanidade, protege os sonhos mais queridos, abafa os sons mais repelentes. De facto tem o seu quê de misterioso.

Será um manto de Deus ? Será, cruamente e friamente, uma conjugação meteorológica de factores ?

O certo é que de facto é fascinante na sua forma de aparecer e desaparecer de forma silenciosa e subtil e sub-reptícia.

Quando aparece dá-nos uma sensação de conforto, de ninho, de distanciamento dos problemas, de diluir das mágoas, das indefinições, dos dissabores, das incertezas, de abafar dos gritos. Dá-nos vontade de esquecer “o lá fora”, de aconchegar o edredão à nossa cara, de nos virar-mos para dentro, de entrar na nossa alma, de escutar os nossos segredos mais recônditos, de dar largas á imaginação, de dar voz às frases soluçadas, aos desejos sussurados, aos abraços desfeitos, à imaginação descolorada ...

E quando ele se retira, por vezes tão rápido como o secar de uma lágrima, vislumbramos ruídos e formas que estavam somente adormecidas por ele :

Do então canto longínquo de um pássaro, vislumbra-se a sua forma, o seu porte, o brilho ainda húmido das suas asas. Do cheiro a pão fresco e a café, surge a casa ainda meio estremunhada, com as suas janelas protegidas por cortinas pacientemente feitas á mão em dias frios de inverno, Deus sabe tecidas com que sentimentos. Surge o gato por detrás dessas cortinas esperando felinamente que o sol lhe venha acalentar o pêlo. Dos vasos pendurados na nossa janela surgem, de novo, as belas flores, que nos parecem ainda mais coloridas, com as sua pétalas orvalhadas !

Infelizmente também surgem as antenas nos tectos, a sujidade das ruas, o barulho dos carros, a correria desenfreada das pessoas que não sabem para onde vão, a poluição do ar, a podridão !!!

Sy - n.e.
10-10-03

terça-feira, janeiro 10, 2006

Quando ...

Quando o breve tem o sabor do eterno
É porque a alma está completamente despertada
Os sentidos completamente alertas
É quando o riacho se torna rio
Ainda que por vezes tropeçando nas pedras
Que são apenas hesitações da vida.

10.01.06
Sy. n.e.

quinta-feira, dezembro 29, 2005

Mais Pessoa !

Durmo. Regresso ou espero ?
Nao sei. Um outro Flui
Entre o que sou e o que fui

29.12.05
Fernando Pessoa in Obras Inéditas

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Natal ?

As casas enchem-se de enfeites
As ruas fizeram da noite dia !
Adultos e crianças brincam
Ao faz de conta da Alegria !

A azáfama nas lojas é grande
Pois a quadra é de festa
Infelizmente é só para alguns
Para outros a fome da vida continua

Mas, por esses, tentamos passar ao lado
Fingindo ignorar a mão estendida
A lágrima de desalento nos olhos tristes
Nas faces enrugadas pelos trilhos da vida

O grito calado do desespero
A solidão no meio de tanta gente
O corpo carente de calor humano
A Alma vestida de vergonha

Se cada um de nós conseguir “entregar” um sorriso
A um ser que chamamos de “pobre”
Certamente este Natal será mais rico e mais quente
Em prendas feitas de carinho e boa vontade
Que farão dissipar um pouco o nevoeiro
Que teima em fazer das suas Almas um novelo

Para todas essas pessoas que, nós, egoisticamente
Deitámos fora das nossas vidas
Dos nossos caminhos
Das nossas preocupações
E das nossas orações

Uma boa consoada !
Porque o Natal é “quando o Homem quer” !

Sy.
23.12.05 - n.e.

Remenbering .... Veneza


Veneza

Surgiu na proa
Por entre brumas de Lenda
S. Marcos parecia quase só um fio
E seus canais feitos de renda

A luz muito difusa
Deixava adivinhar palavras de Amor
Palavras ditas com paixão
Choradas com desilusão

Adivinhavam-se os rostos
Os pensamentos
As quimeras
Os desejos

Com o dissipar do nevoeiro
Os traços deixaram de ser a tinta da china
Para se cobrirem das cores do Arco íris

Os canais encheram-se de água
As montras iluminaram-se
Os pensamentos desabrocharam
O Rialto fez-se ponte

Ouviram-se as preces em S. Marcos
Os voos das pombas desenharam-se no Céu
Os acordes do piano do Florian
Embalaram as gôndolas pintadas de humidade

Que nunca Deus permita que ela se afunde no lodo dos esgotos da vida !

Sy - 10.11.05 - n.e.

quinta-feira, novembro 17, 2005

Sabedoria ...

Um velho indio descreveu os seus conflitos internos :
"Dentro de mim existem dois cachorros, um deles é cruel e mau, o outro é muito bom e dócil. Andam sempre em grande luta.

Quando lhe pergutaram qual dos dois ganharia essa luta, o sábio indio parou, reflectiu e respondeu :

"Aquele que eu alimentar"

quarta-feira, novembro 16, 2005

Globalização ....

O Ratinho e o gato

O ratinho estava na toca, encurralado pelo gato, que, do lado de fora, miava:
- MIAU, MIAU, MIAU ...

O tempo passava e ele ouvia:
- MIAU, MIAU, MIAU ...

Depois de várias horas e já com muita fome o rato ouviu:

- AU! AU! AU!

Então deduziu: "Se tem cachorro lá fora, o gato foi embora". Saiu disparado em busca de comida.
Mal saia da toca já o gato CRAU! Inconformado, já na boca do gato perguntou:

- Eh gato! Que sacanice é essa?????

E o gato respondeu:

- Meu filho, nesse mundo globalizado de hoje, quem não fala pelo menos duas linguas morre de fome ...

quinta-feira, novembro 10, 2005

Remenbering ....

Duvrovnik

As pedras sangram mágoas recentes
Entre ruelas onde ainda reside a esperança
Os olhos das crianças são pontos de interrogação
Sobre um futuro de incerteza
Os olhares dos mais velhos são espelhos
De dor, tumulto, tristeza, perda, descrença ….
Mas lá bem no fundo há um encanto e um brilho
Que apesar da sombra ilumina, como um raio de luz
Sy - 09.11.05 - n.e.

quarta-feira, novembro 09, 2005

Frases sábias ...

Tenhas sempre presente que a pele se enruga, o cabelo embranquece, os dias convertem-se em anos... Mas o que é importante não muda; a tua força e convicção não têm idade. O teu espirito é como qualquer teia de aranha. Atrás de cada linha de chegada, há uma de partida. Atrás de cada conquista, vem um novo desafio. Enquanto estiveres viva, sente-te viva. Se sentes saudades do que fazias, volta a fazê-lo. Não vivas de fotografias amarelecidas... Continua, quando todos esperam que desistas. Não deixes que enferruje o ferro que existe em ti. Faz com que em vez de pena, te tenham respeito. Quando não consigas correr através dos anos, trota. Quando não consigas trotar, caminha. Quando não consigas caminhar, usa uma bengala. Mas nunca te detenhas!!!
Madre Teresa de Calcutá

quarta-feira, novembro 02, 2005

Uma grande verdade !

Hope is a waking dream !

Aristotles - 4th b.C.

terça-feira, outubro 11, 2005

E chegou a minha vez ....



De me deixar enroscar pela manta suave de umas férias bem merecidas ! De me deixar voar, flutuar, submergir ! De deixar o meu barco ser conduzido por outras marés !

É só um até já !

Um beijoca para todos !

Sy.

segunda-feira, outubro 10, 2005

Tempestade em áfrica !

Os pássaros calaram-se. As flores sustiveram a respiração. Os animais procuraram abrigo. A terra encolheu-se. O dia virou noite. Por instantes o tempo parou e de repente ela estava em cima das nossas almas … Rebentou com uma força tremenda e libertadora.

O céu encheu-se de luz, rasgou-se rios de prata e de afluentes de ametistas. Todas as forças da terra pareciam ter-se juntado numa explosão de vida. Num renascer vindo do Além. Veio primeiro seca e dura, deixando-se depois molhar pelas primeiras gotas de água, qual bálsamo que a refrearam e acalmaram.

Deixou de ser aterradora, para ser simplesmente libertadora.

A terra sorveu a abençoada chuva, com a sofreguidão do desejo. Os pássaros saíram dos seus ninhos e voaram as flores espreguiçaram-se para a humidade retemperadora, a terra suspirou de alívio e transpirou de felicidade.

Chegou uma brisa lavada de fresco vinda do mar que brincou com os pensamentos ainda atordoados por tanta força e beleza.

Depressa desceu as escadas e foi mergulhar naquela esfusiante festa de sentidos. Deixou-se inebriar pelas carícias húmidas, pelos cheiros molhados, pela visão estonteante da terra suavemente desflorada pela chuva .

Dançou ao som dos beijos das ondas, do crepitar das gotas em folhas de zinco, do riso das crianças brincando nos riachos feitos á pressa pela mão divina. A sua alma esvoaçava na transparência cristalina daquele momento tremendamente breve.

Rapidamente essa superficial frescura deu lugar a um calor ensopado. Tornou-se tão pesado que fazia vergar os ombros. Tão quente e denso que custava respirar. Tão envolvente que qualquer tentativa para pensar era uma pura quimera.
Sy. 12.05.03 - n.e.

sexta-feira, setembro 30, 2005

Saudade

Ver o romper do sol
Ver a sua cama aberta pelos anjos
Com lençóis bordados de nuvens
Salpicados de orvalho
Sentir o seu primeiro sorriso
Na nossa bochecha ainda amarrotada pelo sono
É um imenso privilégio
Até a Saudade se encolhe por momentos
Deixa a Paixão respirar
E o abraço aconchegar

Sy. 30-09-05 -n.e.

terça-feira, setembro 27, 2005

Longing ...

Sinto o teu beijo com sofreguidão
Num mar imenso de encantamento
Sinto como um trovão
Sinto uma torrente de emoção
Que me inunda e me ilumina
Como lava na escuridão

É como uma gota de mel
Numa alma em puro estado de erosão

Sinto o teu abraço
Sentada em teu regaço
Sinto uma enorme tranquilidade
É um estado de alma de rara beleza
Alagada de uma enorme pureza
Sy. 27.09.05 - n.e.

quinta-feira, setembro 22, 2005

Tardor - hoje - 22h35


Hoje chega o Outono !
Outono na estação
Fim de verão
Principio de frio
Lareira aconchegante
Luz maravilhosa
Luares infindáveis
Paletas de sonho
Com esse “tardor” chegam também
Amores tardios jamais imaginados!
Sy. 22.09.05 - n.e.

Esperando ...

É uma espera
Que dá cócegas
E um sentimento de adolescência
Perdido nas brumas da vida
É uma meta
É um chegar a porto seguro
É um amarrar de cordas
Num cais tranquilo
É o deitar na areia quente
Á espera da brisa de um carinho

Sy. 22.09.05 - n.e.

Fernanda Botelho

Dentro do meu cais, desfez-se a bruma
Um sorriso domou a tempestade
E o mundo se jogou na imensidade
Duma pequena coisa, apenas uma.

Fernanda Botelho

terça-feira, setembro 13, 2005

Ecos ..-

O silêncio de uma palavra
Tem um clamor de eternidade
Tem as cores do arco-íris
Tem uma insustentável leveza
Tem uma onda de comunhão
Tem a nobreza do sentimento
Quando essa palavra calada
É concebida pelo Amor.

Sy. 13.09.05 - n.e.

Natália Correia

Na límpida tarde orlada por minhas pestanas imóveis tua aparição abre uma estrada
de damasco por entre os automóveis.

Apareces e logo adquires em minha eclíptica visual a lassidão equinocial que espalha a cor na minha íris.

Apareces como o começo de qualquer coisa interminável de tão importante é tão frágil
teu vulto que nem estremeço.

Apareces como se gentilmente viesses para apanhar um trevo e o domingo almofada anil
cede à tendência do teu perfil de ficares num baixo relevo.

Natália Correia

segunda-feira, setembro 12, 2005

Laços de ternura

Foi um abraço muito forte
De saudade
De alegria
De efusão
De imensidão
De ternura
De profunda comunhão
Com a eternidade do sempre

Sy - 12.09.05 - n.e.

quinta-feira, setembro 08, 2005

Será ?

E um sentimento louco
E uma tresmalhar de sentimentos
E uma explosão de ternura
Uma torrente de emoções
Uma teia de frescura
Um acordar do mundo
É o orvalho da manhã
É a carícia do Sol nascente
É o deixar secar uma lágrima de alegria
Pela brisa de um beijo
Enche-se o peito de ar
Mas ele teima em não querer sair
Quer-se gritar mas o eco não vem

Acho que é o Amor !
Sy. 08.09.05 n.e.

quarta-feira, setembro 07, 2005

Vem !

Vem !

Deixa-te renascer
Vem sem defesas
Vem sem tristezas
Vem com amor

Não tenhas medo
Sente a plenitude do momento
Olha para mim como da primeira vez
Cobre a nudez da incerteza
Com gestos de ternura
Deixa a angustia fugir

Sente a minha mão
Que te ter guiar em momentos de aflição
Deixa fluir as palavras, os momentos,
Larga a dor, vive a imensidão !

Bate as asas e deixa o vento guiar-te
Ele nunca se engana !

Sy. 16.08.05 - n.e.

Sempre ...

Diz-me por favor que isto não é uma ilusão
Diz-me que não é um grito na escuridão
Diz-me que é um grito de esperança
Que mais tarde virá a bonança

Não deixes o eco romper-se na garganta
Fala-me da imensidão do nada
Não deixes a paixão calada

Diz-me que haverá um sempre
Que nada será inconsistente
Diz-me que o vento de tempestade
Calará o choro de ansiedade

Diz me palavras de maresia
Com sabor a profecia
Eu dei-te o meu Amor
Dá-me a tua Dor !

Sy. 17-08.05 n.e.

terça-feira, agosto 30, 2005

Despertar ....

No despertar
Há o medo
Há o gatinhar
Há o aprender a andar
Há a teia da incerteza
Há o tamanho do querer
Há a vontade de ser
Há o esplendor da descoberta
Há a ânsia de saber

Mas ..Rompe as amarras
E deixa-te acordar
Porque a Vida
Essa não pode esperar !

Sy. 30.08.05 - n.e.

segunda-feira, agosto 29, 2005

Feelings ....

O teu cheiro ainda não é definido
Mas em cada minuto é sentido
Tem sabor a fruto proibido
E cor de flor da paixão

Faz-me corar de alegria
Chorar de, já, Saudade
Dá-me um sentimento que arrepia
Um nervoso de vontade
Um medo sem razão

Sy. 29.08.05 - n.e.

sexta-feira, agosto 19, 2005

Bons conselhos ....

"Já experimentaste? Já falhaste? Não interessa. Experimenta novamente. Falha novamente. Falha melhor."
Samuel Beckett

quinta-feira, agosto 18, 2005

Gargalhando !!!

São tão boas as gargalhadas
Soltam o coração
Deitam fora as mágoas
Fazem vibrar de emoção

São reflexos de alegria
Ás vezes tardia
Têm sons de magia
E dons de contágio

São muitas vezes a música
De um pensamento distante
Feito de murmúrios segredados
Ao som de raios de Lua

Lua tão pura e branca
Tão calada nas entranhas da noite

A sua intimidade e seu manto
Abrigam e acalmam encontros fugazes
De almas, muitas vezes, em pranto.

Depois ….
Voltam as gargalhadas !Felizes, cristalinas e transparentes

terça-feira, agosto 16, 2005



Pois, há quem esteja !!!

E há quem aproveite esse facto para acabar com este bocadinho de Península ! E há os fantásticos governantes deste País que dizem que os fogos não são um motivo de preocupação !

Pena é que esta gentalha não faz a mínina ideia do valor que pode ter uma árvore, uma batata, uma cebola, uma couve, um feijão !

Já lá vão sete aldeias em Pampilhosa da Serra ! Vamos preocupar-nos ? ou vamos esperar que as chamas cheguem a S. Bento ?? É que não me parece que haja muita vontade, por parte de quem vos elegeu e não só, de as apagar se elas chegarem a tão nobre residência ! O povo, que os Senhores pensam que "é quem mais ordena" está a começar a ficar cansado de tanta inércia, e as azinheiras estão a ser lambidas pelo fogo ....

sexta-feira, agosto 12, 2005

Paz ....


Aqui começa a Paz !
No aconchego destas paredes de pedra
Que tantas vezes ouviram palavras de amargura
Que tantas vezes os ventos fustigaram
E que, após tanto tempo, agora se tornaram
Abraços quentes de ternura
Com a solidez e robustez
Que só o tempo traz !

quinta-feira, agosto 11, 2005

Words ...

Palavras são as ditas
As não ditas
As por dizer
As que são carícias
As que são dor
As que doem
As que amam
As verdadeiras
As de ternura
As de sabor a mar
E d' Amor ?
Ah ! essas são eternas !

Sy. 11.08.05 n.p.

Acordar ...


Abre o teu coração !
Deixa a vida entrar
Não negues a oração
Deixa-te desabrochar !

Querias uma porta
Só apareceu uma janela
Não deixes que ela se feche
Pois pode ser por ela que a vida brota !

Vive a vida
Perdoa a morte
Pois a primeira é efémera
A segunda eterna

A primeira é dádiva
A segunda é certeza
Por isso aceita o convite
E vive-a de forma plena

Dá-me os teus braços
O teu carinho, o teu sorriso
As tuas certezas e dúvidas
Dá-me o teu Eu
Dar-te-ei, para todo o sempre, o meu !

Uma gota salgada caiu no meu coração
E o fez estremecer de emoção
Não deixes que a dor e o desalento
A faça evaporar-se em vão

Nunca mudes a cor dos teus pensamentos
Pois são eles que fazem o arco-íris da minha vida
Sy. 11.08.05 n.p.

quarta-feira, agosto 10, 2005

Silêncios ...

O mais dramáticamente ensurdecedor de um telefonema, seja ele de que telefone for, são os silêncios. Silêncios cheios de tantas palavras suadas, doridas, amadas ... que a ganganta embarga, mas cujo som ecoa como um tiro de dôr.

terça-feira, agosto 09, 2005

Main gear touchdown, nose gear touchdown, chutes deployed... and Discovery is home.


A palavra "touchdown" ganhou um novo significado !!!
Aterragem simplesmente fabulosa !
Congratulations ans celebrations !

segunda-feira, agosto 08, 2005

Regresso à Terra .....

Vamos rezar para que assim seja ! Que estas Mulheres e Homens possam de novo abraçar as suas familias ! Já falta pouco para a "reentrada" na nossa atmosfera ! que Deus ajude esta tripulação !
Welcome to Earth !

quinta-feira, agosto 04, 2005

Amar !

Eu quero amar, amar perdidamente !
Amar só por amar : Aqui .. Além ...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente ...
Amar ! Amar ! E não amar ninguém !

Recordar ? Esquecer ? Indiferente ! ..
Prender ou desprender ? É mal ? É bem ?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente !

Há uma primavera em cada vida
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi p'ra cantar!

E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada
Que me saiba perder ... p'ra me encontrar ...

Florbela Espanca in DN 04.08.05

terça-feira, agosto 02, 2005

Para quem vai de férias de carro ....

"Never drive faster than your angel can fly"
Sy. 2 005

segunda-feira, agosto 01, 2005

Uma gota ...........



Uma gota de água, uma gota de fel, uma gota de mel, uma gota de vinho, uma gota de mar, uma gota de suor, uma gota de choro ... uma gota de tanta coisa !!!!

Uma gota a que ninguém liga, mas que de vez em quando é tão dura de verter, de ver e de sentir ... uma gota de água pode fazer a diferença entre a vida e a morte, pelo seu alimento, sua doçura, sua bravura, e quantas vezes sua candura na forma como é brotada .... ás vezes pela manhã por um simples orvalho, ás vezes pela tarde fica dessa gota a memória de uma tempestade que nos abalou, seja ela atmosférica ou quantas vezes interior, rebelde e feroz....

As gotas de fel, essas são mais duras, acertam no alvo como facadas, por vezes temporariamente mortais, amachucam, acordam sentimentos apagados, doem, revoltam ...e criam as gotas de choro e de tantos outros sentimentos ....


Uma gota de mel é aquela coisa cheia de luz que enfeita a colher e docemente escorre sobre o pão, que adoça a vida e nos dá alento para suportar as gotas de fel.

Uma gota de vinho é o símbolo do sangue de Cristo, da comunhão entre os homens de boa vontade, é o prazer da companhia, é o prazer da comida, escorrega bem, e sabe bem mas jamais deve ser tomada em desafio

Uma gota de mar é também uma gota de vida, é aquele salgado que fica depois de entrarmos nele, de nos deleitarmos com suas ondas, de nos embalarmos com seus sons, de nos cegarmos com a sua cor e tantas vezes de não percebermos a sua imensidão ...

Uma gota de suor, pode ser de esforço, de alegria e até de imensa tristeza :
Alegria de um sol nascente, alegria do brotar da vida, alegria do nascer de uma criança, alegria de um reencontro, por vezes com nós próprios, alegria de um trabalho feito, de uma mancha de cor, do pisar do chão depois de chover e do seu cheiro, de um nascer do sol, de um pôr do mesmo, de um afago num momento de solidão ...

Tristeza de uma carta que não veio, de um telefone que não tocou, de uma pessoa que nos falhou, de uma pessoa que partiu, de uma dor que nos assola sem razão aparente mas que nos desfaz rapidamente, do barulho da solidão, do “tardor” da vida.....

Uma gota de suor pode também não ser só humana, pode ser aquela gota de chuva que cai em asfalto duro, empedernido, abrasadoramente quente e que deixa aquela fumaça de vida depois de caída, pode também ser aquele sangue vivo que brota das árvores, que tantas vezes são esquecidas , queimadas, ardidas ... mortas

Uma gota de choro é quase tudo junto, pode ser alegria, prazer, desgosto, desalento, amargura, espanto ...

Alegria de uma flor abrindo ao amanhecer, de uma borboleta voando, de um pássaro cantando a Primavera, do cheiro da relva cortada, do chão molhado, da terra lavrada e fecunda

Do prazer de um abraço, de um beijo, de uma confissão, seja ela qual for, de um olhar, de um sorriso,.....

Do desgosto de ver partir uma vida, da marca fria do corpo amado na cama desfeita, do choro de uma criança, do grito de um animal ferido, do esquecimento de um beijo, de uma lágrima caída sem razão, das folhas mortas, frias, molhadas e espezinhadas por passos sem destino .....

Do desalento da vida, de desconfiança, de medo, de ser atraiçoado, de não acreditar na credibilidade, da falta de força para enfrentar a vida, da desilusão, da traição ....

De amargura de não saber viver a vida, do tempo passado, do abraço não dado, do beijo ocultado, da carta rasgada, das palavras que não se disseram por falta de tempo ou de vontade, da fotografia amarelecida, da fruta não colhida, das pinhas da vida não apanhadas, da palavra que não se disse na altura e no momento certo de uma vida passada, da paixão que já não existe e daquela que deixámos passar ao lado da nossa vida ....

Sy. Out. 2003

sexta-feira, julho 29, 2005

Múrmurios






Um pássaro voou vindo Norte com múrmurios de esperança orvalhados pelas brumas do oceano, cansado com as hesitações do vento, mas com um rumo bem claro só ditado pelo Amor, deixando um rasto de gargalhadas de felicidade !

Tardor: Julho 2005

quinta-feira, julho 28, 2005

Revisiting Alqueva

O mergulho de um sonho ou uma natureza inundada.

Ainda sonho com as pernocas hesitantes que andavam pelos meus caminhos, trilhando seus mundos ainda por desbravar.

Ainda sonho com aquele cheiro indiscritível que só a pureza deles tinha.

Depois, com as suas pernas um pouco mais firmes, namorando debaixo dos galhos frondosos das minhas árvores, desenhando corações cheios de esperança em seus troncos resinosos.

Mais tarde, com as mesma pernas, mas desta vez carregando seus filhos às costas e mostrando-lhes as promessas de amor nas tais árvores já velhinhas mas quão orgulhosa de serem guardiãs de tamanha felicidade.

E por fim, com as suas pernas de novo hesitantes, de tão cansadas da vida, recordando com nostalgia os sonhos que já lá vão.

Eram fantásticos aqueles dias, em que as minhas sombras se enchiam de gente, de farnéis, de brincadeiras, de cantos e de ...... vida !

Dias em que meus lagos refrescavam seus corpos e suas almas e minhas nascentes saciavam suas sedes.

Tenho tantas saudades dos amanheceres cheios de leveza e da languitude das longas tarde de verão cheias de aromas quentes de flores entretanto fecundadas, cheias de palavras de amor sussurradas na frescura da brisa .

Tenho tantas saudades dos crepúsculos de outono, das cores das folhas que ainda teimavam em se agarrar à vida e do som do resfolegar daquelas que já tinham deixado sua segurança, mas que alimentavam a minha alma.

Também tenho saudades dos invernos, uma vezes gélidos naquela imensa solidão, outras vezes chuvosos, deixando encharcadas nossas raízes de vida, outras vezes tempestuosos fazendo tremer nossos galhos desprotegidos com tanta ventania furiosa que até parecia desejosa de nos deitar por terra, com tanto raios que até pareciam querer acordar a morte.

E as primaveras, Ah as primaveras !

A deliciosa comichão que me fazia aquele brotar de vida. As primeiras ervinhas, as primeiras folhas cheias de doçura na sua cândida inocência.

Das primeiras flores cortejadas pelos seus ranchos de abelhas.

Do cheiro tenro dos primeiros frutos, cheios de deliciosas polpas sumarentas que tantas bocas haveriam de satisfazer ...

Agora fui esquecida. Alagada. Inundada. Profundamente magoada porque as pessoas que durante tanto tempo se serviram de mim, comeram de mim, beberam de mim, fizeram das minhas sementes seu pão da vida, das minhas videiras o sangue de Deus, da minha madeira seus abrigos de vida, de minha lenha suas lareiras para aqueceram seus corações de esperanças e , às vezes, suas mágoas e desalentos, que ao enfeitarem as minhas árvores com o espírito do Natal, tantos corações empedernidos, mas que pela beleza voltavam a ser criança encantaram ..... se esqueceram de me dizer : Obrigada por tudo e desculpa .....

Ainda sonho. Agora só sonho .....
Sy. Fev. 2002

Tardor

Nostalgia





"On a tous besoin de quelqu'un, de quelque chose ou d'un ailleurs que l'on n'a pas"
Gilbert Bécaud

Grande cantor, compositor, escritor e sobretudo Mestre da alma !
Que pena não se ouvir mais vezes ....

Tive a enorme sorte de o ver em Lisboa no Coliseu, na 1ª fila da Plateia ! e cantou uma estrofe da "L'important c'est la Rose" comigo ! Unforgettable

Pensamento ...

Esperguiçar de manhã em lençóis frescos de linho com bordados de sonhos de encantar e múrmurios de amor……Esticar numa areia quente com vista pró mar, colher flores lavadas pela noite em campos virgens de dor, deixar secar pela brisa a lágrima que brota fruto de uma enorme alegria

O adormecer do Paraíso


Noite cálida, respirar quente de flores silvestres, aromas de maresia, o amor sempre ao lado, aquele olhar de sempre como nunca, o som da água que se deita na areia ainda morna ….