quarta-feira, março 21, 2007

Vem a mim ....


Fala-se e apregoa-se a ajuda social
Mas despreza-se o mendigo
Vira-se a cara á mão estendida pela fome
Esquecem-se as palavras : Comunidade, Ajuda

Hoje é o dia da Primavera, da Árvore e da Poesia …
Mas os corações continuam empedernidos e frios
As árvores são dilaceradas por máquinas
Queimadas vivas num choro que ninguém ouve
A Poesia virou romance de cordel
Está oca de palavras sentidas

Mas a Natureza é realmente Única !
E as árvores vestiram-se de novo
Com os seus véus de um verde diáfano
Mostrando-nos que os seus ramos, aparentemente mortos,
Eram simplesmente o refúgio da vida, perante as intempéries
As flores continuam a brindar-nos com as suas cores e aromas
A fazer-nos sorrir quando encontramos tempo para isso
Os pássaros não se cansam de cantar logo pela alvorada
Ensinam-nos sons de encantar, apesar de lhe apontarmos espingardas …

Faça-mos como aquela borboleta esvoaçante e linda
Vamos sair do casulo e dizer :
Sejas bem-vinda Primavera !
Adeus tristeza !
Vem a mim – Oh vida !


21.03.07 - n.e.

4 Comments:

Blogger Mixikó said...

"A Poesia virou romance de cordel
Está oca de palavras sentidas"

Nem mais...beijos

11:38 da manhã  
Blogger Mixikó said...

Isto anda muito parado...vamos a agitar...aguardo novas leituras
kisskiss

8:47 da tarde  
Blogger Mixikó said...

Está ai alguémm???

12:25 da manhã  
Blogger José Pires F. said...

História Antiga

Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.

E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da nação.

Mas, por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.

Miguel Torga


Um Excelente Natal para si e toda a família.

8:03 da tarde  

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