terça-feira, outubro 11, 2005

E chegou a minha vez ....



De me deixar enroscar pela manta suave de umas férias bem merecidas ! De me deixar voar, flutuar, submergir ! De deixar o meu barco ser conduzido por outras marés !

É só um até já !

Um beijoca para todos !

Sy.

segunda-feira, outubro 10, 2005

Tempestade em áfrica !

Os pássaros calaram-se. As flores sustiveram a respiração. Os animais procuraram abrigo. A terra encolheu-se. O dia virou noite. Por instantes o tempo parou e de repente ela estava em cima das nossas almas … Rebentou com uma força tremenda e libertadora.

O céu encheu-se de luz, rasgou-se rios de prata e de afluentes de ametistas. Todas as forças da terra pareciam ter-se juntado numa explosão de vida. Num renascer vindo do Além. Veio primeiro seca e dura, deixando-se depois molhar pelas primeiras gotas de água, qual bálsamo que a refrearam e acalmaram.

Deixou de ser aterradora, para ser simplesmente libertadora.

A terra sorveu a abençoada chuva, com a sofreguidão do desejo. Os pássaros saíram dos seus ninhos e voaram as flores espreguiçaram-se para a humidade retemperadora, a terra suspirou de alívio e transpirou de felicidade.

Chegou uma brisa lavada de fresco vinda do mar que brincou com os pensamentos ainda atordoados por tanta força e beleza.

Depressa desceu as escadas e foi mergulhar naquela esfusiante festa de sentidos. Deixou-se inebriar pelas carícias húmidas, pelos cheiros molhados, pela visão estonteante da terra suavemente desflorada pela chuva .

Dançou ao som dos beijos das ondas, do crepitar das gotas em folhas de zinco, do riso das crianças brincando nos riachos feitos á pressa pela mão divina. A sua alma esvoaçava na transparência cristalina daquele momento tremendamente breve.

Rapidamente essa superficial frescura deu lugar a um calor ensopado. Tornou-se tão pesado que fazia vergar os ombros. Tão quente e denso que custava respirar. Tão envolvente que qualquer tentativa para pensar era uma pura quimera.
Sy. 12.05.03 - n.e.