quinta-feira, janeiro 26, 2006

Espera ...

Espera-se a alegria
Desespera-se com a tristeza
Espera-se a confiança
Chora-se com a traição
Espera-se um sorriso
Entristece-nos a lágrima

Vai-se esperando ….

Um dia …..
Espera-se um Amor
Que se demore sem limites
Que faça do verbo esperar
Una palavra de esperança, sem delongas

n.e. Sy - 26-01-06

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Nevoeiro ...

O nevoeiro é apaziguador de várias formas, o seu manto é silencioso, ofusca as vergonhas da humanidade, protege os sonhos mais queridos, abafa os sons mais repelentes. De facto tem o seu quê de misterioso.

Será um manto de Deus ? Será, cruamente e friamente, uma conjugação meteorológica de factores ?

O certo é que de facto é fascinante na sua forma de aparecer e desaparecer de forma silenciosa e subtil e sub-reptícia.

Quando aparece dá-nos uma sensação de conforto, de ninho, de distanciamento dos problemas, de diluir das mágoas, das indefinições, dos dissabores, das incertezas, de abafar dos gritos. Dá-nos vontade de esquecer “o lá fora”, de aconchegar o edredão à nossa cara, de nos virar-mos para dentro, de entrar na nossa alma, de escutar os nossos segredos mais recônditos, de dar largas á imaginação, de dar voz às frases soluçadas, aos desejos sussurados, aos abraços desfeitos, à imaginação descolorada ...

E quando ele se retira, por vezes tão rápido como o secar de uma lágrima, vislumbramos ruídos e formas que estavam somente adormecidas por ele :

Do então canto longínquo de um pássaro, vislumbra-se a sua forma, o seu porte, o brilho ainda húmido das suas asas. Do cheiro a pão fresco e a café, surge a casa ainda meio estremunhada, com as suas janelas protegidas por cortinas pacientemente feitas á mão em dias frios de inverno, Deus sabe tecidas com que sentimentos. Surge o gato por detrás dessas cortinas esperando felinamente que o sol lhe venha acalentar o pêlo. Dos vasos pendurados na nossa janela surgem, de novo, as belas flores, que nos parecem ainda mais coloridas, com as sua pétalas orvalhadas !

Infelizmente também surgem as antenas nos tectos, a sujidade das ruas, o barulho dos carros, a correria desenfreada das pessoas que não sabem para onde vão, a poluição do ar, a podridão !!!

Sy - n.e.
10-10-03

terça-feira, janeiro 10, 2006

Quando ...

Quando o breve tem o sabor do eterno
É porque a alma está completamente despertada
Os sentidos completamente alertas
É quando o riacho se torna rio
Ainda que por vezes tropeçando nas pedras
Que são apenas hesitações da vida.

10.01.06
Sy. n.e.