sexta-feira, maio 19, 2006

Deixei de sobreviver, estou a viver !

Abri a janela da Vida
Tirei a venda dos olhos
Desfiz os novelos das dúvidas
Arrumei a palavra Medo
Engomei muito bem a Confiança
Abri as gavetas da Esperança
E afoguei o Desespero

Arrumei as peças do passado
Tratei das mais magoadas
Deitei fora as que não tinham sentido
Reavivei as cores das mais esquecidas
Encarei as do presente
Reinventei as do futuro

Aceitei a provocação dos desafios
Acarinhei os esboços dos sonhos
Atrevi-me a pegar no tinteiro
E a desenhar traços firmes no futuro

Ouvi murmúrios doces,
Deixei-me seduzir pela Liberdade
Apanhei a carruagem da frente
E deixei a brisa da Vida varrer a comodidade

O verbo “sobreviver” ?
Larguei-o no vazio do Adeus !

Sy - 19.05.06 - n.e.

quinta-feira, maio 18, 2006

Será que é preciso ter vontade para apetecer ?

Apetece levantar de noite e cheirar a Lua
Apetece deixar o sono continuar apesar do Sol
Apetece sentir o sal das ondas do mar
Apetece apanhar com toda a força a brisa da manhã
Apetece sossegar naquela nuvem branca
Apetece mergulhar no limbo
Apetece …..

Apetece ter vontade de continuar a viagem da Vida
Apetece tentar colar os rasgões da fotografia da nossa existência
Apetece ter vontade de apetecer não fazer nada
Apetece ter vontade de aguçar o apetite da vontade
Apetece ter vontade de nada apetecer e deixar tudo como está
Mas a isso, ensinaram-nos que se chama, cobardia. E essa palavra feia dá-nos vontade de, sobretudo, continuar a apetecer seja o que for

Sy - 18.05.06 - n.e.