sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Cócegas !

Era um fim, mas talvez o principio de mim naquela manhã de primavera.
Deixei-me acordar pela caricia de um tímido Sol há pouco tempo acordado e com os seus raios ainda amarrotados.

Deixei os meus pensamentos voar livremente ao sabor do chilrear dos primeiros passarinhos. Deixei a minha alma, vinda de um destino sombrio e gélido humanizar-se com tanta doçura.

Reencontrei o sabor do toque da relva ainda menina de tão fresca, da gota de orvalho nas folhas das mimosas rebentando de seu cheiro inebriante.

Enterneceram-me os galhos despidos á procura do Céu e da sua dádiva de novos frutos, cujos primeiros tímidos rebentos lhes começavam a cobrir a nudez.

Durante tanto tempo não tinha escutado as palpitações da Vida. Nem as minhas aliás !.

Palpitações que agora ecoavam fortes neste novo coração cheio de sentimentos galopantes, misteriosos e desarrumados.

Deixei meus passos seguirem seu rumo, há tanto tempo traçado, e durante tanto tempo refreado e humilhado.

E esse rumo levou-me por entre bosques de árvores cujos leves troncos me acariciavam e encorajavam nesta longa e penosa caminhada de reencontro. Algumas borboletas de cores salpicadas de alegria, saudavam-me e davam-me as boas vindas.

Todos os seres estavam a despertar para a Vida e o convite era irresistivelmente acolhedor.
Deixei-me rir de felicidade com as cócegas que Ela me estava a fazer !

Sy - 24.02.06 - n.e.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Varridelas ....

Limpa-se a alma
Varre-se o espírito
Ordenam-se ideias

Guardando maus pensamentos
Em gavetas cuja chave se perde

Desempoeirando o armário da bondade
Com panos de carinho

Tirando as teias de aranha da confiança
Com pinceladas de atrevimento

Arejando as caves das mágoas
Com brisas de perdão

Tirando a névoa do olhar
Com lágrimas de felicidade

Limpando o bolor do sorriso
Dando gargalhadas de boa disposição

Sy - n.e. - 08.02.06